Crítica: O Homem-Cão (2025) – Um caos de roteiro, mas com coração
'O Homem-Cão' (2025) é caótico, divertido e estilizado, mas seu roteiro desorganizado faz o vilão brilhar mais que o próprio herói.

A DreamWorks segue apostando em adaptações de livros infantis e agora traz O Homem-Cão, baseado na popular série de quadrinhos de Dav Pilkey, o mesmo autor de Capitão Cueca.
Quem conhece o estilo do autor já sabe o que esperar: um humor exagerado, um ritmo acelerado e uma narrativa que nem sempre se preocupa em seguir uma lógica tradicional. O filme abraça esse caos e entrega uma experiência divertida, mesmo que um tanto desorganizada.
A trama parte de uma ideia absurda: após um acidente, um policial e seu cachorro são fundidos em um único ser, e o Homem-Cão se torna o novo protetor da cidade.
Mas, em vez de focar nas dificuldades desse protagonista incomum, a história rapidamente muda de rumo e passa a explorar o relacionamento entre o vilão, Pepê, e seu clone em miniatura, Pepezinho.
O filme acaba sendo menos sobre o herói e mais sobre essa relação inesperada, que poderia ser melhor trabalhada, mas ainda rende momentos engraçados e algumas reflexões sobre paternidade.
A falta de um foco claro no roteiro pode ser um problema para quem busca uma história mais coesa. O filme começa sugerindo uma coisa e depois se transforma em outra, mudando constantemente de tom e objetivo.
No entanto, essa abordagem caótica combina com o público-alvo. O ritmo é acelerado, as piadas são constantes e a história nunca desacelera o suficiente para se tornar entediante. Para crianças que gostam desse estilo frenético, é um prato cheio.
Visualmente lindo, mas com um protagonista fraco
Visualmente, Homem-Cão acerta ao traduzir o estilo dos quadrinhos para a tela. A animação é estilizada, colorida e cheia de elementos gráficos que reforçam a sensação de estar vendo uma HQ em movimento.
É um trabalho bem-feito, mesmo sem grandes inovações. O filme tem identidade visual própria e sabe usá-la a seu favor.
O maior problema está no protagonista. Homem-Cão não fala e, por isso, nunca deixa claro o que pensa ou sente. Isso dificulta a conexão do público com ele e faz com que Pepê roube a cena como o verdadeiro destaque do filme.
O vilão tem as melhores falas, protagoniza as sequências mais engraçadas e, no fim das contas, acaba carregando boa parte da narrativa. Se o filme tivesse explorado melhor essa dinâmica entre os dois, talvez o resultado fosse ainda mais satisfatório.
Mesmo sem um roteiro bem amarrado, O Homem-Cão consegue cumprir sua proposta: ser uma animação divertida, leve e acessível para crianças. Ele pode não ter a profundidade de outras produções do estúdio, mas entrega um entretenimento eficiente.
As crianças vão se divertir, e os adultos podem até rir em alguns momentos, especialmente nas cenas do vilão. Não é um filme memorável, mas também não é um desperdício de tempo.
Nota: 7/10
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