Estúdio de ‘Homem-Cão’ suspende operação por dificuldades financeiras
Jellyfish Pictures, estúdio que animou Homem-Cão em parceria com a DreamWorks, suspendeu suas atividades e busca comprador ou investimento. - saiba mais

A crise que assombra os bastidores da animação e dos efeitos visuais acaba de fazer mais uma vítima. A britânica Jellyfish Pictures, estúdio que animou o recente Homem-Cão, lançado com o selo da DreamWorks, anunciou a suspensão completa de suas operações.
Com sedes no Reino Unido e na Índia, a empresa confirmou que enfrenta sérias dificuldades financeiras e, neste momento, está em busca de um comprador ou um investimento urgente para evitar o fechamento definitivo. A incerteza também paira sobre os salários de março, porém, o número de funcionários afetados ainda não foi revelado. O estúdio, por fim, também colocou à venda seu escritório em Londres — um sinal claro da gravidade do momento.
Impactos acumulados
Em comunicado oficial, a Jellyfish afirmou que sua situação se agravou devido à soma de fatores como os efeitos prolongados da pandemia de covid-19, ademais, o aumento dos custos operacionais e os impactos das greves de roteiristas e atores em Hollywood em 2023, que paralisaram a produção global de conteúdo por meses.
“O impacto prolongado da pandemia, os custos crescentes e as consequências das greves afetaram profundamente nosso negócio”, declarou a empresa.
Homem-Cão e Dreamworks
Aliás, vale destacar que, embora a DreamWorks Animation tenha lançado Homem-Cão com seu selo, ela não produziu o filme internamente. A Jellyfish Pictures desenvolveu a animação em parceria com o estúdio, assumindo a maior parte da execução técnica e criativa. Essa prática é comum em grandes estúdios, que terceirizam parte de seus projetos para produtoras especializadas ao redor do mundo — neste caso, o Reino Unido e a Índia.
Nas bilheterias, Homem-Cão não foi exatamente um fracasso, mas ficou abaixo das expectativas comerciais, especialmente considerando que carrega o selo da DreamWorks Animation.
Apesar de ter estreado no topo das bilheteiras dos EUA com US$ 36 milhões no primeiro fim de semana, o filme sofreu uma queda acentuada de 62% na segunda semana, e sua bilheteria global até o fim de fevereiro ficou em torno de US$ 104,9 milhões.
Um portfólio respeitável
Fundada em 2001, a Jellyfish Pictures começou como estúdio de efeitos visuais e, ao longo dos anos, ganhou destaque em longas animados. Além de Homem-Cão, a empresa trabalhou em títulos como Spirit: O Indomável, O Poderoso Chefinho 2, Os Caras Malvados (parcialmente) e na vindoura animação The Twits, da Netflix.
Além disso, no universo de VFX, colaborou com produções renomadas como Black Mirror, Watchmen, O Livro de Boba Fett, Gangs of London, além de filmes como Asteroid City, de Wes Anderson, e Solo: Uma História Star Wars.
A situação da Jellyfish reforça o momento delicado vivido por diversos estúdios do setor. Recentemente, a Technicolor encerrou as atividades de todos os seus estúdios, incluindo MPC e Mikros Animation — um alerta vermelho sobre a instabilidade do mercado.
Será que a Jellyfish conseguirá se reerguer? O futuro do estúdio agora depende de negociações que estão em andamento — com os olhos da indústria voltados para o que virá a seguir.
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Fonte: Cartoon Brew